Sobre privacidade, permissão e email marketing

Publicado em 24 de octubre de 2012
Em meio ao pânico sobre questões de privacidade nas redes sociais vivenciado por muitos usuários nessa semana (para mais detalhes, ver post "Boas práticas de email marketing: lidando com o pânico sobre privacidade na rede"), não custa parar e pensar um pouco sobre a ideia de privacidade em si. O que privacidade tem a ver com a prática do email marketing? Por quê é algo tão sensível para os usuários? O que a privacidade na rede tem a ver com permissão para envio? 


Uma das coisas mais importantes para começar essa discussão é entender que o conceito de privacidade é um dos grandes fatores que diferenciam a prática do email marketing da do envio de spam. Imbuído na filosofia do email marketing está o respeito à privacidade, o respeito de só realizar envios para pessoas que deram permissão para isso, de não invadir a caixa de entrada de nenhum usuário sem permissão, de não divulgar os dados de nenhum contato para terceiros sem permissão. A lista continua, mas só com esses exemplos já dá para ter uma boa ideia.  

No mundo "real", ou material, as pessoas não esperam que vendedores venham bater em suas portas ou no seu local de trabalho com ofertas ou folhetos de propaganda. Isso seria uma invasão, algo que viola a privacidade do indivíduo na própria casa ou trabalho. O problema é que o mesmo nem sempre acontece no mundo virtual. A vida no mundo virtual é um fenômeno relativamente novo e, consequentemente, sujeita a algumas ansiedades. 

São mundos diferentes, o real e o virtual, mas cheios de paralelos e contrastes. As pessoas gostam de compartilhar eventos cotidianos, fotos, pensamentos e comentários sobre coisas do dia-a-dia na internet, mas esquecem que essas ações estão acontecendo no mundo virtual, onde as regras são um pouco diferentes. Em contrapartida, querem a conveniência de receber informações personalizadas diretamente em sua caixa de entrada sobre determinados assuntos de interesse. 

Essas contradições podem ser confusas. Sim, para se ter a conveniência de receber informações personalizadas é preciso revelar um pouco da sua personalidade e interesses. O email marketing entra aqui, tentando criar uma experiência personalizada de comunicação baseada nos seus interesses e histórico. Mas isso não quer dizer que um contato precise abrir mão de sua privacidade para ter essa conveniência, já que todo esse processo é feito através de permissão. É justamente a permissão que diferencia a invasão realizada por spammers do email marketing praticado de forma ética. Permissão não vai contra o conceito de privacidade, e privacidade é mantida através de permissão.